Neste mês de janeiro, marca-se a luta para a prevenção e a conscientização sobre a hanseníase. Antes conhecida como lepra, a hanseníase, segundo o site Brasil Escola, do Uol, é uma das doenças mais antigas que se tem conhecimento, sendo que alguns registros datam-na em 600 a.C. Trata-se de uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, em memória de seu descobridor, afirma Drauzio Varella, em seu site na Uol.
Segundo o Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença crônica, transmissível, que tem preferência pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas. A transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado. O bacilo de Hansen atua afetando a pele e os nervos periféricos. Como consequência, a doença leva a lesões na pele com alterações na sensibilidade e também a problemas relacionados com a força muscular. Se não tratada precocemente, pode levar a complicações graves e, muitas vezes, incapacitantes, complementa o site Brasil Escola.
A doença pode apresentar principalmente 4 formas clínicas: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana. Em termos terapêuticos, somente 2 tipos são considerados: paucibacilar (com poucos bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos), afirma Drauzio Varella. Esses são os principais sinais e sintomas observados em pacientes com hanseníase, segundo o Brasil Escola:
Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil;
Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros;
Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração;
Pele seca;
Inchaço nas mãos e nos pés;
Inchaço e dor nas articulações;
Redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados;
Dor e espessamento nos nervos periféricos;
Caroços no corpo;
Olhos ressecados;
Feridas, sangramento e ressecamento no nariz;
Febre e mal-estar geral.
Segundo Drauzio Varella, ambos os tipos de hanseníase (paucibacilar e multibacilar) são tratados com o antibiótico rifampicina, durante 6 meses no tipo paucibacilar, e 1 ano no tipo multibacilar. A medicação é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e administrada em doses vigiadas, tendo o paciente que tomar na presença dos profissionais de saúde, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) sob a supervisão de médicos ou enfermeiros de acordo com normas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Graças ao tratamento, segundo o Ministério da Saúde, na última década, o Brasil apresentou uma redução de 34,09 % no número de casos novos, passando de 39.047 mil diagnosticados no ano de 2008, para 26,8 mil em 2017. De forma semelhante, observa-se também a queda de 36,2% da taxa de detecção geral do país (de 20,29/100 mil hab. em 2008 para 12,94/100 mil hab. em 2017). Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.
Porém, se não tratada adequadamente, segundo o Brasil Escola, a hanseníase pode evoluir para incapacitações físicas. Entre as sequelas deixadas pela doença, estão:
Incapacidade de elevar o pé (“pé caído”);
Incapacidade de extensão dos dedos e do punho (“mão caída”);
Incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo);
Necrose e ulceração da cartilagem do nariz (“nariz desabado”).
Por isso o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são tão importantes. E para que a hanseníase seja diagnosticada é necessário a realização de uma análise clínica das manifestações da doença. Além disso, há um exame denominado baciloscopia do raspado intradérmico, que é utilizado a fim de confirmá-la. Esse exame visa identificar a presença de bacilos. Vale destacar que o resultado negativo do exame não descarta a doença caso o paciente apresente sintomas, destaca o Brasil Escola.
Os pacientes com hanseníase já sofreram muito preconceito no passado, devido as deformidades que a doença causa nas pessoas. Devido a isso, desde 1976, em nosso país, o termo lepra (denominação antiga para a hanseníase), não deve ser mais usado. Essa medida foi adotada pelo fato de que o termo carrega uma triste história de preconceito, afirma o Brasil Escola.
Felizmente, os tempos são outros e atualmente a hanseníase é vista com outros olhos, é enxergada com uma doença como qualquer outra, tratável e livre de preconceitos e descriminações. Conhecer os sintomas e procurar tratamento logo no início é o primeiro passo para alcançar a cura, então se você acredita que apresenta alguns dos sintomas ou tem dúvidas de que possa ter hanseníase, procure um médico e cuide da sua saúde!
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